



Utopia: Teoria da vida
Estudar, arrumar um bom emprego e se casar esse é o ciclo de vida que todos esperam de nós, mas será que é isso o que queremos e nessa ordem?
Todos têm as mesmas oportunidades para subir na vida?
Todos têm os mesmos recursos para realizar seu sonho?
São perguntas que o jovem Nicolas Flamel se faz diariamente, afinal não são todos que conseguem ingressar na melhor academia do mundo para estudar ciência e se tornar um alquimista. Além disso passar na seleção é só o começo dos desafios, pois se formar e se manter na academia são os verdadeiros problemas.

Felipe Lopes

Com um enredo simples, o game consegue despertar certa curiosidade, nada que fuja o clichê, mas há algo que pode ser explorado aqui. O que mais deixa a desejar é a construção de personagens que é quase nula, o caçador não demonstra suas reais intenções além da caça ao tal fugitivo. Isso acaba ficando mais em foco devido ao fato que não controlamos o personagem diretamente, não há ligação entre o jogador e o personagem, ao menos não diretamente.
As músicas estão legais, alguns efeitos sonoros bacanas, mas nada que se destaque ou nos deixe aquele segundo a mais aproveitando aquela musiquinha.
A jogabilidade é a mais diferente que já vi em um game de RPG maker, fico pensando no trabalho para definir todas as rotas de movimento. A ideia é boa e chama atenção a primeira vista, mas acaba não sendo tão bem executada, a falta de eventos aleatórios e divertidos, acaba fazendo com que a repetição seja obvia logo nos primeiros minutos do game, o excesso de batalhas também é um fator que colabora com isso. O balanceamento é digno de destaque, usei exatamente todas as poções que me foram fornecidas, se precisasse de mais uma única, teria um game over, apesar disso.
O jogo tem seu charme, os mapas são bonitos e nos deixam com vontade de explorar, mas acabamos sentindo a necessidade de algo a mais, mais detalhes, mais vida. Acredito que um investimento maior no enredo e na construção de personagens, possa ajudar a criar uma atmosfera mais atraente.
No que se trata da CGA, o jogo apresenta um narrador passivo, atua de forma adequada, mas pode ser melhorado com uma construção melhor do roteiro e do texto do jogo. O inimigo só se mostra próximo ao fim, mas isso não é ruim, eu me impressionei com a ideia, mas acabei perdendo a sensação de plot twist quando percebi que o vilão não possui background algum. Os combates estão bons e são a melhor parte do jogo. A seleção de personagens é interessante e conta com um personagem secreto, que mais uma vez perde o brilho por falta de um objetivo. Os mapas estão lá, mas não há uma sensação muito boa com eles, já que não podemos explorar de forma livre, ou mesmo através de escolhas.

Omar Zaldivar

O Fugitivo
O fugitivo é um projeto curioso, começando pela engine escolhida, RPG Maker XP, faz muito tempo que não jogo um game feito no XP, a segunda coisa que me despertou curiosidade foi a escolha de gameplay, uma escolha ousada por assim dizer... funcionou para mim?? É o que vamos ver logo mais nos tópicos abaixo.
Enredo:
O jogo apresenta um problema que o personagem escolhido precisa fazer, ir atrás de um criminoso a mando do rei e só... o enredo é mega simplista, não cheguei a completar o game por motivos que irei explicar, mas sei que existe um plot twist interessante no final, mas como não vivenciei não posso avaliar. Um enredo simplista é algo negativo? Sinceramente não é se for bem utilizado, em O Fugitivo posso dizer que a simplicidade do enredo combina com o jogo, porem não apresenta nada de incrível ou impactante até onde eu joguei.
Jogabilidade:
Aqui temos um ponto polêmico do jogo, a escolha da mecânica principal segue uma linha na qual você jogador não possui total controle do personagem principal, tudo que você realiza no jogo são escolhas, ou de direção, escolhas de diálogos e o game segue automaticamente a partir das decisões que você toma. Não consegui acessar a opção de salvar o game no processo o que é um problema caso você morra em algum ponto muito adiante do game, temos um sistema de batalha bastante padrão, embora possua algumas coisas extras e possui uma camada de estratégia muito bem vinda, porem chega a determinado momento que se torna muito cansativo e repetitivo. Percebi que também posso realizar algumas coisas ruins como atacar guardas inocentes e não ser punido para nada. Sendo bem sincero eu não curti o estilo de gameplay do Fugitivo, eu preferiria muito mais ter o controle do personagem e realizar toda a sequência de coisas necessárias para chegar ao final do jogo, sem precisar assistir ao game fazer isso, achei uma ideia que infelizmente não ficou legal na minha opinião, não existe nada realmente plausível que justifique essa escolha de jogabilidade, infelizmente não funcionou para mim.
Áudio:
O jogo tem musiquinhas bem padrõezinhas, não sei dizer se são do RTP do XP, não me recordo mais disso, mas elas estão lá e cumprem a função de ambientar, nada que realmente se destaque.
Individualidade:
O jogo se torna bastante único pela escolha da jogabilidade, mas para mim de uma forma negativa, tirando isso, não vejo nada que realmente se destaque no game ele é bastante padrão e funciona bem no que se propõe, porem essa jogabilidade para mim não dá certo.
Narrador:
O jogo completamente narrado, quase como se fosse um livro-jogo, famoso na década de oitenta e noventa, ou aventuras de RPG Solo, acho que este é o jogo com o narrador mais interessante de todos, pois ele é parte fundamental do jogo, embora não seja o mais divertido ou o mais carismático, posso dizer que temos um trabalho bom aqui.
Antagonista
Sei da existência do antagonista, mas não o encontrei, acredito que ele esteja no final do game, sei do plot twist com ele, mas sinceramente não me impactou em nada, é sempre uma escolha arriscada em deixar as melhores surpresas só para o final se o caminho para chegar até elas não é agradável ou convidativo.
Embate:
O combate é um frontal padrão com algumas camadas de estratégia para gerenciamento dos recursos, como os itens de cura de vida, cura de status negativo, armas corpo a corpo, flechas para o arco, os inimigos também não são dos mais simples, trazendo uma curva de dificuldade interessante sem ser frustrante... mas... o excesso se torna um pecado grave, em determinado momento do jogo onde estou em uma caverna extensa eu tive uma overdose de combate com morcegos que simplesmente destruíram qualquer vontade de continuar de tão cansativo que se tornou, chegou a um momento de me causa aflição a cada novo encontro com os malditos morcegos, o excesso de combate nessa parte me fez desistir de jogar totalmente. O sistema de combate é funcional e possui essa camada a mais de estratégia como comentei, mas não é divertido, não é prazeroso lutar no game e as vezes é excessivo, me trás uma sensação de travamento na progressão do game que é praticamente 100% focado na história.
Seleção de Personagem:
Existe a possibilidade de seleção de personagem mas de primeira uma das duas opções não está liberada, ou seja o jogo te força a ir com o personagem especifico, então me senti enganado a priori, embora eu entenda que deva liberar ao finalizar o game uma vez .
Cenários:
O jogo apresenta um mapeamento padrão, sem muita inspiração, um pouco vazio demais, os mapas não são muito vivos, a vila portuária na qual chegamos logo após desembarcar o navio poderia ter muito mais gente circulando, poderia haver mais possibilidade de interação, os interiores em alguns lugares é grande demais, ficando um pouco desproporcional, mas nada que onere muito negativamente no game, é apenas padrão.
O Fugitivo tinha uma ideia simples, escolher um herói e capturar um ladrão, com uma ideia dessas poderia ter sido desenvolvido um jogo muito mais interessante principalmente pelo tempo que foi dado, em minha opinião a escolha de tornar o game em um tipo de livro-jogo, tirando quase que totalmente a liberdade de ir e vir ao jogador, forçando-o a apenas olhar o personagem se movendo pra escolhas pré-programadas sem consequências reais é um pouco frustrante, a execução do game é boa, tirando o fato de não conseguir salvar em nenhum momento, mas sinto que este game poderia ter feito muito mais do que apresentou, talvez com melhorias, uma maior variedade de coisas para fazer, quem sabe dar o controle das ações ao jogador, dar liberdade de exploração já ajude muito no desenvolvimento.

Pedro Kaizaki

Inspirado em clássicos rpgs de mesa, o fugitivo apresenta a famosa proposta de jogos controlados através de escolhas, assim como until dawn, the walking dead entre outros que devem se focar em uma grande narrativa para prender o jogador, o que infelizmente não acontece com esse projeto, pois todos os objetivos são descritos de forma genérica sem fornecer profundidade ao jogador, apresentando diversos erros nas escrita e descrições simples que não contribuem para uma atmosfera imersiva.
Sobre o mapeamento, o game utiliza os recursos básicos do rpg maker xp, entregando alguns mapas bem simples, sendo alguns vazios e desnecessariamente grandes.
Os combates também seguem o padrão da engine, porém o desenvolvedor conseguiu torná-los interessantes com diversos itens que podemos adquirir no caminho, adicionando variedade na estratégia.
Em geral o fugitivo se mostra uma proposta interessante que pode muito bem vir a se tornar um jogo incrível no futuro, com os devidos cuidados narrativos e game design bem elaborado. Finalizando eu gostaria muito de ver uma espécie de jornada co-op nessa proposta onde os jogadores podem se sacanear ou se ajudar etc…

Richard Cesber

O Fugitivo nos apresenta uma personagem (a única elegível no começo da aventura) Arlequina, que seria uma caçadora de recompensas, tudo gira em tornar de um fugitivo e da recompensa oferecida pelo Rei, de início o plot é bastante simplório, porém as ramificações de suas escolhas vão deixando a aventura mais interessante. Um ponto que precisa ser remanejado com atenção é a tentativa de uso de textos complexos, eruditos ou prolixos, que acabam por vezes tendo erros de grafias ou até mesmo concordância verbal, apesar do intuito ser a imersão com os jargões mais “medievais” atrapalha a imersão do jogador deixa o texto pouco atrativo.
A jogabilidade foi uma das coisas que mais me chamou atenção, achei uma ideia ótima fazer essa aventura orientada, meio ao estilo “Rail Gun”, onde o personagem se mexe e o jogador fica de expectador em dados momentos, achei espetacular! As escolhas e ações que desencadeiam outros possíveis braços de escolhas são muito bem elaborados, dando ao jogador uma interpretação do que ele faz e de como seu personagem interage com o mundo e os NPC a sua volta. Uma sugestão é implementar um save point em alguns momentos visto que algumas escolhas resultam em morte instantânea e sem a empatia com o jogo, o jogador perde esse fator de rejogabilidade, pela frustração de “ter que começar tudo de novo”
Áudio do jogo é bem gratificante, prefere jogar no “salvo” como dizemos, optando por melodias medievais mais genéricas, e sem chamar muita atenção para si, apesar de não te trilhas ou efeitos sonoros marcantes, a sonoplastia cumpre o básico e deixa a desejar, talvez alguns toques como barulho de mar, sons de gaivotas, sons de pessoas conversando em uma feira para as cidades por exemplo.
No quesito individualidade O Fugitivo tem uma identidade bem embasada, com menu simples, pixel arts bem demarcados e sons de acordo com a proposta, o que dá brilho ao game é a mecânica de história orientada, deixou ele muito mais original que diversos outros que abordam a mesma temática.
O Narrador desempenha um papel importantíssimo embora você demore a perceber sua existência, ele funciona como um mestre de RPG lhe perguntando o que você vai fazer, lhe dando escolhas e narrando as consequências de suas decisões. Foi bem empregado o recurso e sua existência é essencial para que a mecânica do jogo funcione.
Antagonista foi algo que ficou meio vago na minha experiência, segundo a descrição do autor existem até 08 antagonistas, acho que essa dispersão além de exagerada, não é nem um pouco positiva para o desenrolar da história, acredito que para funcionar bem 1 único antagonista com 7 possibilidades é melhor que 8 antagonistas com somente 1 possibilidade para cada. Nos primeiros minutos eu entendi que o antagonista de nossa heroína, seria o tal fugitivo.
O embate gira em torno dos confrontos e impedimentos que surgem para nossa personagem que podem ser resolvidos de diversas maneiras para que a história proceda para o próximo capítulo, eu gostei muito desta dinâmica, com um pouco de polimento em algumas escolhas e tendo mais foco em quem é o verdadeiro vilão (nada 50 antagonistas, seu jogo não é “Scotty Pilgrim contra o Mundo”), o jogo vai ter um embate muito mais atrativo.
Existe uma seleção de personagem, porém ela deixa você escolher apenas um personagem inicialmente, ou seja, a escolha fica meio vazia, se houvessem 3 personagens um “secreto” e dois usáveis a coisa mudaria de história, a apresentação é bem simples, e cumpre o seu papel, porém não vai além disso.
Os cenários são construídos de maneira pouco orgânica, e bem ordenada, o que gera estranheza em ambientes naturais como florestas por exemplo, também há grandes espaços vazios e completamente sem sentido que mesmo se tivessem serventia (porque o jogador segue uma linha orientada e imutável) deixam uma sensação de obra inacabada ou feita com pressa, leve mais tempo planejando seu mapa, mesmo que o jogador não vá efetivamente se deslocar por ele.